terça-feira, 24 de junho de 2003

Aqueles que se apaixonam pelas pessoas erradas

Com sorrisos nos rostos ele e ela se encontram e conversam num sábado de manhã.

Ele: - Oi.
Ela: - Oi. Que cara amassada é essa?
Ele: - É cara de quem tomou tudo na última noite.
Ela: - Pois é, fiquei em casa ontem, mas o que tu queria me falar?
Ele: - É, não tava conseguindo te falar ontem, a bateria do teu celular com problemas. Eram coisas sobre desilusões.
Ela: - Como o quê?
Ele: - Coisa de quem se apaixonou pelas mulheres erradas e outras coisinhas mais. Entende?
Ela: - Sei. (Balançou a cabeça para os lados). Só tu mesmo! Devia se internar num seminário.
Ele: - É... ser padre... Eu não tenho vocação para uma vida normal como as outras pessoas.
Ela: - Tá bonito o teu cabelo, acho que tu devia andar sempre assim.
Ele: - É, bagunçado desse jeito?
Ela: - Claro.
Ele: - É, mas em vez de ser padre, vou morar no interior, ser hermitão, morar sozinho e tocar o sino da igreja. Vestir roupas feitas com tecidos de sacos que usam pra fazer panos de prato...
Ela: - Tocar o sino da igreja! Que legal! Eu gostaria de fazer isso!
Ele: - É, mas agora me deu uma vontade de sair correndo pelado e gritando.
Ela: - E o que te impede de fazer isso?
Ele: - Seria atentado ao pudor.
Ela: - Tá mas não tem polícia aqui.
Ele: - Mas pode passar uma viatura.
Ela: - Talvez fosse melhor ir para a comunidade naturalista de Taquara.
Ele: - É, mas é longe, não tenho como ir agora.
Ela: - Eu também me apaixonei por um carinha, mas ele era biba.
Ele: - Bah, viado!
Ela: - Ele era legal, usava um cabelo bagunçado, mas no caso dele era preparado pra ser daquele jeito. Conversei com ele, mas não teve jeito.
Ele: - Imagino como deve ter sido.
Ela: - Tá chegando o meu ônibus.
Ele: - A gente se fala. Tchau! (Sorriso).
Ela: - Sim! Tchau! (Sorriso).

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