sexta-feira, 26 de março de 2004

- Hoje deu aquelas coisas de novo. Foi agora.

- Que coisas?

- Aquelas que eu não sei explicar. Apenas sinto e não sei se é triste, feliz, é estranho não saber dizer, mas já tô acostumado a sentir isso de vez em quando. É um querer nada querendo alguma coisa. Como uma angústia, um medo, um impulso. Como comer coisa estragada e sentir um mal estar derrepente. Mas não é mal estar. É confuso. Talvez seja confusão repentina. Como se nada fizesse sentido. Não sei se é na cabeça o problema, mas dói o peito, muda a respirção. Como se fosse uma pontada. Daí passa. E eu fico pensando no que pode ter feito isso acontecer.

- Deve ter alguma coisa errada contigo.

- Sei que tem e há tempos tento descobrir.

- Vai no médico.

- Só falo disso contigo. Não estou querendo ir a médico nenhum. Acho até que tu tens razão. Vou marcar uma hora. Eu tô precisando mesmo. Tenho que ir. Não tem jeito.

quinta-feira, 25 de março de 2004

- Oi, vamos sair?

Tenho que "arrumar" um carro. Não. Vou a pé.

Subiu, desceu. Ruas para todos os lados. Foi e voltou. Não sabe onde está. Encontrou amigos. Bebeu.

- Quem sabe tu não precisa de terapia?

- Talvez. E grana pra isso?

- O que tu queria encontrar, encontrou?

- Sim.

- Pois então, não está satisfeito?

- Não, porque não é só isso, tem as coisas por trás das coisas que vem junto com o pacote.

- Que coisas?

- Tudo. Na verdade, estou bem satisfeito, mas não é só isso. Entende?

- Não, eu não te entendo. Tu diz que não está satisfeito, e agora diz que está.

- A vida não pára. Continuo trabalhando, porque sempre há metas para alcançar. Tudo é para continuar vivendo. Conforme tu superas desafios, sempre tem novos desafios para cansar a vida, se superar novamente e seguir.

- Tá querendo reclamar da vida?

- Não. Estou tentando entender.

- Olha, vou te dizer uma coisa: nunca vi um cara mais chorão que tu! Tá sempre conseguindo ficar mal. Sei que agora tu tá bem, mas não dou um mês pra ti vir chorar a morte da bezerra. Tem outra coisa: quando termina uma fase de choramingos, tu vem com esse papo de se superar, que está se sentindo mais forte, que é feliz e a puta que pariu!

- Eu tenho o direito de me sentir mal.

- Fica mal, porque tu quer! Tu tens o direito e o dever de te sentir bem! Quando é que tu vai criar vergonha na cara?

- Quem te disse que eu não tenho vergonha? Também não precisa me botar abaixo do cu do cachorro!

- O quê tu quer?

- Viver e aproveitar. Faço o que posso e, mesmo assim, mesmo que eu tente me iludir, sei que não depende só de mim.

Seguiu o papo... Saiu, continuou caminhando. Perdido. Sempre. Uma presença inusitada na vida de alguém. Surgia do nada. Quando menos esperava, ou não, ele aparecia.

Não pode escrever (descrever, interpretar) aquilo que não sente ou que não sentiu. Descreve ilusões. Muitas desculpas não servem para nada. Sabe das leis das condições, mas não quer se limitar a qualquer coisa. Não quer se conformar com o que é o seu destino até aqui. Não sabe relaxar. É inquieto.

- Fica frio. Dá um tempo pra cabeça.

- Então, tá! Chega de ladainha!

Tempo para alguns goles. Olhar as ruas fumar um cigarro - vício desejado e indesejado, depois de fumantes, queriam largar.

- Intenções que levam a qualquer lugar. Propósito inconsciente que muda, que aparece, que todo mundo vê, mesmo que tentes esconder, eu sei que tu não consegue. Veja só: todos estão vendo!

- Não seja tão explícito quanto ao que tu sentes.

- Quem diz que é isso ou aquilo é porque na verdade não é. Pode até querer ser, mas não é. Não te deixe enganar por essas pessoas aí.

- É... Até dá pra falar contigo essas coisas. A verdade não é para todos.

- De qualquer forma, é difícil verbalizar a verdade, porque algum sentimento pode fazer com que ela penda para algum lado.

- Mas tu entende o que eu quero dizer?

- Sim, sim, claro, claro...

Segue o baile.
WISH YOU WERE HERE (Pink Floyd)


So, so you think you can tell

Heaven from hell, blue skies from pain

Can you tell a green field

From a cold steel rail, a smile from a veil

Do you think you can tell?

And did they get you to trade

Your heroes for ghosts, hot ashes for trees,

Hot air for a cool breeze, cold comfort for change

And did you exchange

A walk on part in the war

For a lead role in a cage?

How I wish, how I wish you were here

We're just two lost souls swimming in a fish bowl

Year after year

Running over the same old ground

What have we found?

The same old fears

Wish you were here



QUERIA QUE VOCÊ ESTIVESSE AQUI


Então, então você acha que consegue distinguir

O céu do inferno, céus azuis da dor

Você consegue distinguir um campo verde de um frio trilho de aço?

Um sorriso de um véu?

Você acha que consegue distinguir?

Fizeram você negociar

Seus heróis por fantasmas?

Cinzas quentes por árvores?

Ar quente por uma brisa fria?

Conforto frio por mudança?

Você trocou um passeio por um papel na guerra

Por um papel principal numa jaula?

Como eu queria, como eu queria que você estivesse aqui

Somos apenas duas almas perdidas nadando num aquário

Ano após ano

Correndo sobre este mesmo velho chão

O que encontramos?

Os mesmos velhos medos

Queria que você estivesse aqui

terça-feira, 23 de março de 2004

Versinhos bagaceiros aprendidos na infância e lembrados agora:

"Se cu fosse céu

Seu cu seria mel

Se cu fosse céu

Iria faltar papel"

segunda-feira, 22 de março de 2004

domingo, 21 de março de 2004

meu querido diário...

Qual a diferença entre sentimental e sensível?

Um romântico pode ser mal-educado?

Tô conseguindo afastar as pessoas com uma facilidade incrível!

Eu estou muito estressado.

Quem eu quero não me quer.

Quem me quer, eu não quero.

Devo estar enganado, eu não preciso de namorada eu preciso de uma psicóloga.

O que eu não entendo é essas pessoas que se importam e ficam atrás de uma moita.

Que merda! Vou reclamar sim! Mesmo que seja inútil, ruim, péssimo, negativo... Eu vou reclamar! Mesmo que não adiante nada! Eu vou me queixar.

MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA! MERDA!

Ufa!

sexta-feira, 19 de março de 2004

Não gosto de pessoas tentando adivinhar minha vida. Dizendo coisas, como se eu não fizesse nada para mudar. Pois saibam que eu trabalho muito. Que eu já me ralei bastante. Posso escrever coisas deprês que eu senti. E eu não sou tão bêbado e quem sabe nas cabeças de algumas pessoa não tão marginal. Moro no bairro Canudos de Novo Hamburgo, onde moram pessoas ralé mesmo. Eu moro perto de bailão, de pobreza, de sujeira, de violência, de tráfico de drogas, de doenças e da puta que pariu. Digo a vocês, que em qualquer lugar isso acontece. Lá existem pessoas boas e nem tão pobres assim. Existem pessoas com diploma superior morando lá, pessoas de tudo que é tipo... Eu tenho amigos que sabem quem são. Eu tenho a minha vida. Agora, quem quiser participar de qualquer coisa, ou entrar pra ver um pouco do meu universo, que venha e mostre a cara.

terça-feira, 16 de março de 2004

Há tempos que não escrevo.

Há muitas coisas.

Estou quase como qualquer pessoa.

Estou me transformando em normal.

Idade?

O que está acontecendo?

Transcendência...

Mandando ver nas coisas

Sumiu todo mundo e restou eu

Eu, supra-sumo de eu mesmo

Super egoísta

Rei do meu universo

Deus de mim mesmo...
BOM DIA!

domingo, 14 de março de 2004

Li isso num muro de um colégio:

"A FELICIDADE ESTÁ NAS PEQUENAS COISAS ENTÃO OLHA PRO TEU TICO E SORRIA"

sexta-feira, 12 de março de 2004

Olha, moça

Bem no fundo dos meus olhos

- Eu te amo!

Sinto o peso da dor

- Eu te amo!

Desespero

Desamparo

Papo furado

- Eu te amo!

Mesmo sem saber o tamanho das bobagens que eu digo

Quem eu sou?

Que eu faço aqui

- Eu te amo!

Amo quem?

Amo

Amor

O que é amor?

O que eu sinto?

Quem vê? Vê o quê?

Moça...

Nos teus olhos

Tua voz

Tremido

Borrado

A carta

As flores

Gemidos

Madrugada

Sexo

Amizade

Companhia

Quem?

- Eu te amo!

Tudo o que eu quis dizer para alguém e nunca disse por não ter certeza

Agora não tenho certeza

Não sei se o que eu digo é certo

Sinto isso

Sem saber

Sabendo

sábado, 6 de março de 2004

Sentido sentido


Aquela manhã estranha

Acorda, não há ninguém em casa

Toma banho, sai pelas oito

Desce, entrevista às nove

Dia de sol, vento frio

Às dez, carrega a blusa no braço

Suor nas pernas dentro da calça jeans

Perfume do desodorante nas axilas

Transpira e caminha

Às onze, dor de cabeça e fome

Sinusite provoca dor nos dentes

Almoça, às doze

Suas dores o acompanham até a hora de dormir

Às quatro e meia da madrugada, dorme

Até lá: filmes, livros e estudos

Dias de insônia, pouca alimentação e muito cigarro

Psicologia do desespero:

"O que eu fiz da minha vida?"

Não pára, sempre procura

Psicologia do afeto:

"Eu quero amar!"

"Eu amo!"

Psicologia da dúvida:

"O que é que eu vou fazer?"

No peito, respiração profunda

Nos olhos, lágrimas

Reestabelece sua aparente paz

Continua vivendo

Ganhando, perdendo

Matando, morrendo

Todos os dias...
Antes de mais nada

Diga o que pensas

Não pensas, não digas

Olha nos meus olhos

Não desvia o teu olhar

O que eu te digo?

Me abraça

Que eu preciso chorar

Desculpa!

Eu sei que tu não sabe o que eu sinto

Continua abraçada, que isso passa

- Eu te amo!

- Eu também te amo!

segunda-feira, 1 de março de 2004

Escrever é preciso!
MISTÉRIO...

"não sei nada da sua consciência, apenas me comparei a ela. E de mim acho que sei muito, ou muito pouco, sei lá! Pq essa curiosidade toda a meu respeito? Você não gosta de mistérios?! Vivemos cercados por eles, vivemos esperando por eles ... beijinhos e bom final de semana, aproveite o sol!

quem sabe | 28-02-2004 21:59:21"


"As mulheres e seu mistérios..."

Tá mas, e daí?

Fico eu questionando:

Será que eu conheço essa garota?
Será que ela é uma amiga?
Será que não existe garota?
Será que isso é brincadeira?
Será que já a vi em algum lugar?
Será que ela é de menor?
Será que ela tem namorado (ou casada)? (O que seria uma boa justificativa para não se identificar).
Qual será o interesse dessa pessoa por mim?
Por que entrar em contato desse jeito?
Será que ela quer falar comigo pessoalmente (isso seria o fim do mistério)?
Será tanta coisa que eu já não sei o que pensar?