segunda-feira, 27 de maio de 2002

Gostaria de mencionar apenas que certos leitores dos meus textos poderão se chocar com a forma de linguagem que utilizo em certos textos. Não censurei certas coisas, porque não teriam o mesmo efeito. Mensionei nomes de estabelecimentos comerciais da cidade de Novo Hamburgo, lugar onde moro. Minha intenção, com isso, é mostrar o cenário onde as histórias acontecem - como se as mesmas fossem reais. Se alguém não gostar, por favor, entre em contato.

domingo, 26 de maio de 2002

Histórias Podres



Happy End


Os dois caras, antes de sair para qualquer lugar, iam sempre comer xis e beber ceva.
Mosquito e Farinha, respectivamente com 15 e 17 anos, certa vez, decidiram curtir a noite de uma sexta-feira. Eram meados de 1994, os dois iriam entrar no Happy End, uma casa noturna para dançar, beber, e se divertir. Pois bem, entraram.
Farinha, mais baixo, magro, cabelo padrão usava roupas padrão (camisa, calça, sapato). Mosquito, alto, magro, cabeludo vestia uma jaqueta jeans desbotada, calça jeans, camiseta do Iron Maiden e um tênis preto.
Mosquito estava na fase de recém fumante, estava no começo do vício. Farinha dava as suas tragadas de vez em quando, mas não viciou no cigarro.
Novo Hamburgo estava vazia, aquela era atípica noite de sexta-feira, o local não estava lotado como sempre, vários casais dançando na pista de dança. Poucas mulheres solteiras. Os dois estavam fudidos, sabendo do fracasso inevitável, começaram a beber. E dê lhe ceva. Observação: Como é que deixaram dois guri de menor entrar? Pela lei isso não é permitido, mas os caras não queriam saber, pagando qualquer um entra. Os dois eram fisicamente privilegiados, isso também é um fator a se considerar.
Os dois estavam bêbados e a imaturidade começou a se manifestar:
- Cara, tava pensando numa coisa...
- Que coisa? - perguntou Farinha
- Que que tu acha da gente dar uma banda lá na pista e passa a mão na bunda daquelas guria?
- Mosquito, sabe que é uma boa idéia?
- Vamo lá?
- Vamo.
Então Farinha foi na frente. Os dois estavam se fazendo de louco e dançavam, chegaram em algumas minas e não faturaram. Farinha começou passando a mão de leve numa bunda. Mosquito observou que não havia ocorrido reação negativa daquele fato ter acontecido sem a devida autorização da dona da bunda, e seguiu o exemplo do amigo. Farinha começou a se entusiasmar, e cada vez que passa perto da bunda de alguma mina, ele começava a passar a mão cada vez mais forte, apertando aquilo com gosto. Mosquito concluiu que devia parar, aquilo estava ficando perigoso, e pensou que não era legal passar a mão na bunda das minas. Farinha, bêbado demais para pensar, viu a melhor bunda da festa na sua frente, não resistiu, enfiou a mão bem no fundo, deve Ter passado a mão lá na buceta da guria e puxou passando pelas nádegas. A guria chegou até a levantar quando o fato ocorria. Mosquito chegou para Farinha e falou:
- Cara, passar a mão na bunda das guria não é legal, elas não gostam. Se agente tivesse ficado com alguma garota, ou isso fosse uma zona, tudo bem. Bah, que merda que agente fez?
- É, vamo bebê.
Subiram até os camarotes, onde não haviam mesas reservadas, pegaram uma mesa vazia, uma cerveja e dois copos. Começaram a comentar os fatos:
- Sabe que tinha umas que até gostavam quando eu passava a mão?
- Pior que é – disse Farinha – mas tinham outras que não gostaram muito. Tu viu a última que eu enterrei a mão?
- Vi, e sabe duma coisa, essa não gostou, mas ela tinha uma “senhora bunda”.
- Que bunda, essa mão aqui é que sabe!
Enquanto isso, a dona da “senhora bunda” relata os fatos ao namorado, que mijava enquanto sua namorada levava uma mão no rabo. Este indignado pergunta:
- Tu viu onde esse cara foi?
- Ele subiu lá em cima com um cabeludo.
O namorado da garota virou macho. Pegou a garota:
- Me mostra quem é o cara, que ele vai ver o que é bom!
Chegando na frente da mesa o macho começou a apertar. Viu Mosquito com os cabelos soltos na cara, um cigarrinho na boca, a maior pinta de marginal atirado naquele camarote. Do outro lado da mesa, Farinha, com aquela cara de normal.
Então, após um vacilo, o cara relativamente cagado estava com a sua situação complicada. Ele tinha que tomar alguma atitude. Chegou para o Farinha:
- O cara, tu que passou a mão na minha guria?
- Sim.
- É mas ela não gostou, sabia?
- Não.
- Eu só não te quebro a cara, por causa da minha mina.
Mosquito, ciente da situação, já olhava a garrafa de cerveja como uma arma. Tá certo que eles estavam errados, mas jamais deixaria o amigo apanhar.
- Ah, é? Tá certo então. – respondeu como se tivesse sangue de barata.
- E não faz mais isso, tá ligado. Isso vai ficar na mente.
- Pode crê.- deu uns tapinhas no ombro do cara, como se fosse amigo dele.
O cara ficou encarando ao mesmo tempo em que ia saindo devagarinho.
- Que foi que o cara disse? – perguntou Mosquito.
- Ah, ele veio tirar satisfação, mas eu acho que ele apertou quando viu que não podia. O cara veio se fazer de macho pra guria.
- É um cagado, porque ele não te bateu? Se fosse macho mesmo, ele te batia e não tava nem ai.
- Eu sei que podia com o cara, mas ele tava com a razão.
- Pra mim não interessa, se eu visse tu apanhando ia voar essa garrafa na cabeça do magrão.
Mosquito, acendeu mais um cigarro, faziam uma pausa. Olhavam as pessoas dançando lá embaixo. Não havia o que fazer naquele lugar. Eles já haviam queimado o filme com rolo e tudo. Farinha tomou o resto da cerveja. Decidiram ir embora. Foram até o paradão esperar o primeiro ônibus. Ao chegar no local deitaram nos bancos.
Mosquito sentiu necessidade de cagar. Ele havia comido antes de sair de casa, depois, comeu mais um xis. Com toda aquela caminhada, barriga cheia, o processo da digestão:
- Bah, to cuma vontadi di cagá!
- Vai no banheiro público - falou Farinha.
- Não dá tempo, e papel.
- Papel tem ali.
- Essas folha de propaganda de curso de sei lá o quê nesses banco. Vo pegá isso aqui mesmo.
Mosquito olhou para uma rua perpendicular ao paradão e foi. Viu uma garagem dum prédio, o local estava escuro. Chegando lá arriou as calças e cagou na frente do portão da saída de veículos. Limpou o cu e jogou o papel cagado em cima da merda. Farinha, na mesma rua, dava uma mijada num muro enquanto vigiava para ver se ninguém iria pegar o amigo no flagra. Nada aconteceu; voltaram ao paradão. Ao amanhecer, a brigada militar passou pelo local encarando. Só os dois atirados nos bancos. O ônibus chegou e foram embora.


Aniversário da vovó

Mosquito (20) encontrou o primo Bergamota (21) no aniversário da vovó. A festa ocorria na Sociedade Fraternal, ali perto da Sinoscar de Novo Hamburgo. Era Sábado. Depois de ter comido, posado para as fotos junto com os primos, batido uns papos com os tios e aquela coisa toda de aniversário. Bergamota sugere a Mosquito, que os dois deveriam dar umas voltas. Mosquito topou. Bergamota pegou a fiorino da firma da mãe dele. Os dois saíram.
Bergamota falava as novidades:
- Comi uma mina lá na praia. Muito gostosa...blá, blá, blá.
- Vamo tomá uma ceva?
- Cerveja boa é cerveja cara! Vamo lá no valão.
Os dois foram pro Candieiro, um puteiro perto da Fenac, na Nações Unidas.
Chegando lá sentaram numa mesa. Duas prostitutas sentaram ao lado dos dois.
Mosquito estava com uma moreninha coxuda e peituda. A outra puta era mais velha e estava do lado de Bergamota. A moreninha chegou e colocou uma das pernas no colo do Mosquito. Este já abraçou com o braço esquerdo, enquanto o direito já apalpava os peitos. A puta velha queria ceva. 10 pila, três latinha.
Ficaram conversando, enquanto isso, bergamota olhava admirado o primo que tentava enfiar a mão na buceta da mulher, mas não conseguia porque ela pegava a mão dele e afastava. Isso de ser uma técnica de puta, ou seja, deixar passar a mão nos peitos, na bunda, nas coxas, dar umas lambidinhas no ouvido do cliente de vez em quando, além de dar risadinhas, chamar de meu amor, dançar esfregando a bunda no pau do cara, sem tirar a roupa é claro. Bergamota dançava com a puta velha. Mosquito recebeu a proposta da puta que o deixou de pau duro: “30 pila, completo”. A puta velha pediu 50. Os dois estavam fodidos. Saldo total = 20. Os dois queriam fudê, porém sem dinheiro nada feito. Duas e pouco, ou três da madrugada. As putas entram num táxi, e convidam os dois para ir no Bonanza. Os dois não tinham nem 15 pila pra entrar no Bonanza onde a bebida era liberada.
Decidiram ir embora. Foram dar uma volta na avenida Independência em São Leopoldo. Pararam num bar e beberam os 20.
Bergamota tinha maconha no carro, depois de bêbados, os dois pegaram ruas pouco movimentadas da Feitoria e de Lomba Grande. Mosquito esmurrugava a mercadoria, depois enrolou, e os dois fumaram o charuto que tinha a grossura de um dedo mínimo. Muito chapado e muito bêbado, Bergamota pergunta:
- Tá afim de dirigir?
- Tô tirando carteira.
- Não faz mal, tu sabe dirigir?
- Sei.
- Dirige?
-Tá bom, eu dirijo.
Mosquito conseguiu andar a 40Km/h em terceira. Rua deserta e tal.
- E ai, dirijo bem?
- É, tu vai ser um bom motorista! Deixa eu te mostrar agora como é que se faz.
Bergamota voltou ao volante e meteu 130Km/h no ponteiro.
O outro sentado ao lado só pensava em como seria morrer se seu primo perdesse o controle na rua da integração. O que será que sairia no Jornal NH no outro dia? Ele imaginava como seria a notícia no jornal, o cara escrevendo a matéria no computador, uma impressora gigante imprimindo folhas. Os conhecidos no seu enterro.
Bergamota não pensava, ele agia. Dizia que tinha um motor na ponta do pé. Uma máquina que faz andar. Era o piloto. O carro era um brinquedo, assim como um 38 para um guri de 6 anos.
O carro pulava e os dois conversavam calmamente sobre diversos assuntos envolvendo sexo, putaria, música, a cidade, as pessoas, psicologia, astronomia, política, religião, família.
Chapados até o fim vieram a Novo Hamburgo e voltaram a São Leopoldo. Passaram novamente pela Independência e voltaram para Novo Hamburgo. Então, estavam pela 1º de março, e ao lado da loja Móveis Líder “os porcos” (brigada militar) atacando. Tiveram sorte; passaram reto, e Mosquito com um baseado aceso na mão. Bergamota e Mosquito filosofaram, até que foram embora. A noite havia acabado.

quinta-feira, 23 de maio de 2002

Divagando em 23 de maio

Puta, e agora...
A inspiração sumiu. Que que eu vo fazê?
Pra começá, não me acho muita coisa, mas quero continuar escrevendo,
apesar de que to pensando que chega um ponto em que as coisas começam
a girar, dai é perigoso, ou seja, fica redundante o negócio.
Então, se começar colocar muita bosta, espero que meus amigos, que tem
liberdade para detonar comigo, se manifestem. Caso não queiram, tudo
bem, afinal de contas lê isso quem qué. Mas, também tem o fato de que
eu quero que leiam isso aqui. Tá, mas sem chegar a conclusão alguma vou
puxar outro assunto: "o Deus infinito"

Uma das melhores explicações é a de que Deus seja infinito.
Deus é a divisão por zero, ou seja, qualquer divisão por zero tende ao
infinito.
A vida é uma progressão de dias vividos que tende a morte até chegar lá.
Matemática é alguma coisa em que quando se chega a um determinado conhe-
cimento que se pode até filosofar com ela -por isso, existem tantos
matemáticos, físicos, engenheiros, técnicos eletrônicos, e afins que são
tão malucos (e estão soltos por ai).

Detalhe: eu, tu, ele (nós, vós, eles) morreremos todos amanhã, ou depois
de amanhã, ou em outro depois de amanhã. Haverá o dia em que não vamos
mais acordar.

O que impede a nós fazermos o que quisermos?
Hum... limites, somos limitados. Limites existem em todas as formas,
maneiras e jeitos possíveis. Digamos, por exemplo: limite físico.

Tá, chega de filosofar. Vamos só pensar alguma coisa, talvez...
Talvez tu já esteja sem saco de ler isso e tá preocupado com alguma
coisa. Só deu uma olhadinha por cima e não quer pensar, tudo bem...
O teu subconsciente tem que captar alguma coisa. Somos seres manipula-
dores-manipulados que aceitam idéias motivadas por uma repetição infer-
nal de palavras, ou versos simples que não querem mais fugir da sua
cabeça.

Expor idéias, o problema de aprofundar para dar um sentido e expressar
sem ofender, parecer uma lógica aceitável mediante a visão de qualquer
ser pensante leitor.
Isso não é tão fácil, sempre temos que limitar para expor idéias.
Se soubessemos passar a idéia pura sem precisar pensar em como fazer
a apresentação, em como formular a coisa seria mais fácil.
Conversa é melhor coisa para passar coisas, o problema é que conversa
não se registra e é fácil de esquecer. Se pensa e escreve, isso é um
registro que fica e pode ser consultado. É bom esse negócio de escrever.

Quando estou com muitos pensamentos redundantes, os escrevo e eles param
de ficar redundando na cabeça e dão numa espécie de vácuo onde a ferti-
lidade se encarrega de criar novos pensamentos que vão redundar até que
sejam passados para o papel. Dai, parece que quando os releios tenho, no
estoque cerebral, uma réplica identica à escrita.

Já ouvi algumas vezes umas musiquinhas no ônibus que pareciam que não
iriam jamais abandonar a minha cabeça. Já ouvi coisas que, apesar de
não apreciar, reproduzia cantando sem ter consciência do que estava
fazendo. Isso é como lavagem cerebral. É como bordão de novela:
"Tô certo ou tô errado".

Essas coisas poluidoras de cérebros. É isso: temos venemo impregnado nos
pensamentos manipulados por uma mídia unificadora mental. Se você não
sabe o que está na mídia, automaticamente, está por fora. Buscamos a mí-
dia para saber o que se passa para não sermos excluidos da presença de
outras pessoas. Quantas pessoas você conhece?
Talvez, nem você saiba quem você é.

Então tá, eu vou acordar para realidade. Vou tomar meu café, trabalhar,
estudar, tomar banho e dormir. Pra quê? É pra isso. Não. Temos que ten-
tar nos habituar a melhorar sempre pra viver mais para poder tomar café,
trabalhar, estudar, tomar banho, fazer sexo, dormir e etc..

Meu pai gosta menos de mim, porque eu não sou o que ele quis. Eu sou o que eu quis, mas agora não quero mais. Essa faculdade que se arrasta, não posso ver o fim. Vontade de largar essa vida agoniada e fazer alguma coisa melhor. O caminho não era esse.

Aquele que foi meu amigo não liga mais pra mim. Ele é o que a mãe dele quer, e não fala mais comigo. É um bosta, sou má influência pro rapazinho. Preconceito da mamãe fez a cabeça do guri. Só pra saber: ganho mais que seu filhinho e meu futuro construi. E agora meu amiguinho, não sou feliz, mas mamãe não manda em mim. Seja essa merda que és: sombra de alguém. Posso ser ninguém, mas procuro a mudança e não a volta do passado. Tu: convencional; eu: solução. Tu: mentira; eu: verdade.

Procuro, nessas loucuras, a própria identidade dessa minha personalidade fraca, que aceita tudo e não contesta nada. Não tenho direito de te criticar. As coisas estavam atravessadas na minha goela.

Que caminho seguir? A quem amar? Medo ou autodefesa?

Que vontade de chorar, eu me deprimo com minha vida. Me sinto adulto e moro com a mãe. Vejo medo nos seus olhos, sua voz a confirmar. Loucura de não poder saber, e de não saber ser, de não saber ter... ...de não saber querer...

Sou ego, sou coincidência, sou todo confuso. Sou quem abandonou amigos. Sou quem fudeu a vida. Sou quem fez o que não queria. Não, não, não, não. Que MERDA!

Buscar pelo quê?

Ser um burguês e falar que ganhar dinheiro é bom. Jogar na cara de quem não tem. Ser muito arrogante, sentir superioridade. Baixem a cabeça e trabalhem, porque eu mando. O Senhor Patrão: Deus que alimenta a sua família. O filho da puta. Isso é futuro?

Sabe quem manda no mundo? O Dinheiro.
Sim, porque pessoas nascem, pessoas morrem, o dinheiro fica pra fazer todo mundo gostar dele e lutar por ele. Tudo gira em torno dele. Somos os escravos dele e formulamos maneiras para nos apropriar dele, enquanto ele se apropria de todos nós, os pobres usuários idiotas humanos que o inventaram. Nós somos culpa. Nós somos desunidos no jogo da vida que os antigos humanos inventaram. O jogo tem que continuar, e a sua vida está indo por caminhos antes navegados, seu futuro é a morte. Você está no esquema, mesmo tentando ganhar mais dinheiro, mesmo tendo consciência ou não.

Que adianta nascer, crescer, ser alguma coisa e morrer? Que adianta passar o material genético pra frente?

Cu.

Sabe, ainda acabo me suicidando desse jeito, não encontro razão para viver. E se alguém disser que é Jesus, pode esquecer, argumentos religiosos não fazem mais efeito. Se disser que é mulher, até concordo, mas mulheres só me serviram para umas boas fodas. O que me deixa triste é saber que tem gente que gosta de mim mais do que eu gosto de mim mesmo. Eu sou a própria falta de auto estima, apesar de ataques egoístas. Não quero o que tenho, quero mais, nunca estou feliz. Nada satisfaz.

Eu não deixei ninguém me amar? Eu não sei amar? Tenho que viver para alcançar o orgulho? O homem vale o dinheiro que ele consegue na vida?
Vou me matar?

Morte = fim de tudo?

quarta-feira, 8 de maio de 2002


Um pensamento de 08/04/1999:

Quando acordei, vi que meus companheiros estavam sem suas cabeças.
Uma única lágrima escorreu, apenas do meu olho esquerdo, devido a perda de uma triste batalha.
Procurei uma arma para acabar com a minha triste, sofrida vida, mas ouvi um grito de amor como se fosse um grito de morte.
Então vi que estava em um jardim com rosas multi-coloridas, aos braços da amada.

Sem data:

Ainda estamos vivos
Mas não fizemos nada para continuar a viver
Ainda estamos vivos
E muitas vidas estão para morrer
Um dia desses
Se eu deixar de existir
A música eu não vou fazer
Talvez um dia desses eu vou longe daqui
Eu sei que
Um dia desses tudo deixará de existir,
Vamos viver enquanto é tempo
Vamos ajudar os outros a viver

Outro:

Sejamos todos egoístas
Para ver a merda que vai dar
Sejamos superiores para que nossos inferiores venham nos matar
Um dia vou subir naquela árvore
E ver a paisagem que há
Vou deixar meu corpo
Ao vento
E ver a obra que um ser chamado Deus criou
Antes que os homens destruam tudo isso

Mais um:

Estava prestes a se matar
Colocou a arma carregada na boca, após dizer:
- Dê-me cinco motivos para eu não me matar.
O amigo respondeu sem pestanejar:
- Tato, olfato, audição, visão e paladar.
Mais uma vida havia sido salva naquela noite sombria e chuvosa.

10/06/1999:

Vejo pessoas que não se cumprimentam
Apesar de convívio diário
Cada um no seu grupo
Vivemos juntos
Mas é como se fosse
Uma pessoa no deserto
Tento melhorar os relacionamentos
Não dá
Tem muita cara amarrada
Castigo cruel
10/06/1999:

Acreditei que eu pudesse realizar tudo o que eu quisesse
Mas não foi assim que aconteceu
Eu quebrei a minha cara dentro do carro
Eu quebrei a minha cara dentro da noite
Eu quebrei as janelas de casa porque
Quebrei meu coração
Machuquei muitas pessoas
E sangrei pelo chão
Perdi a poesia e estraguei a canção
Não era isso que eu queria
Aconteceu e não dá mais para desmanchar

Data desconhecida:

veja a luz pendurada
como uma aranha
na verdade nada vejo
e bla bla blá
bla bla bla

Não quero ver o que há de bom no

sábado, 4 de maio de 2002

SOU

Um doente mental
Talvez não passe disso
Que quer você lendo isso?
Não tens idéia do que estás lendo?
Pois é...
Sou quem vos escreve
Sou quem não conheces
Sou um quando profissional
Sou outro quando apenas sou
Aprendi que não devemos falar tudo que pensamos quando no trabalho
Ou na escola, ou em casa, ou em qualquer lugar
Exceto quando na companhia de amigos confidentes
Cuidado: seu irmão pode usar coisas contra você
Infelizmente sou personagem de mim mesmo
Normalmente sou sincero
Não gosto de mentir,
Mas tenho que omitir
É a questão da sobrevivência em um grupo
Se tentar explicar algumas coisas não irão entender
Não há razão
Tente ser quem você é
Com cuidado
Funcionários públicos não devem ser pessoas
Porque não tratam pessoas como pessoas
Pessoas são objetos
Não estão nem na categoria animal
Trate bem as pessoas, porque elas não são meras coisas
Está certo que podem ser iludidas,
Conservadoras, malucas, ignorantes, bestas e afins...
Porém: pessoas são pessoas
São vidas
Sou vida
És vida
Sois vida
É vida
E toda vida merece ser respeitada
Seja mais tolerante
Seja menos radical
Seja mais coerente
Seja menos prejudicial
Sou quem não és
E tu sabes disso
Detalhe: apreciar rock é preciso