quinta-feira, 23 de maio de 2002

Meu pai gosta menos de mim, porque eu não sou o que ele quis. Eu sou o que eu quis, mas agora não quero mais. Essa faculdade que se arrasta, não posso ver o fim. Vontade de largar essa vida agoniada e fazer alguma coisa melhor. O caminho não era esse.

Aquele que foi meu amigo não liga mais pra mim. Ele é o que a mãe dele quer, e não fala mais comigo. É um bosta, sou má influência pro rapazinho. Preconceito da mamãe fez a cabeça do guri. Só pra saber: ganho mais que seu filhinho e meu futuro construi. E agora meu amiguinho, não sou feliz, mas mamãe não manda em mim. Seja essa merda que és: sombra de alguém. Posso ser ninguém, mas procuro a mudança e não a volta do passado. Tu: convencional; eu: solução. Tu: mentira; eu: verdade.

Procuro, nessas loucuras, a própria identidade dessa minha personalidade fraca, que aceita tudo e não contesta nada. Não tenho direito de te criticar. As coisas estavam atravessadas na minha goela.

Que caminho seguir? A quem amar? Medo ou autodefesa?

Que vontade de chorar, eu me deprimo com minha vida. Me sinto adulto e moro com a mãe. Vejo medo nos seus olhos, sua voz a confirmar. Loucura de não poder saber, e de não saber ser, de não saber ter... ...de não saber querer...

Sou ego, sou coincidência, sou todo confuso. Sou quem abandonou amigos. Sou quem fudeu a vida. Sou quem fez o que não queria. Não, não, não, não. Que MERDA!

Buscar pelo quê?

Ser um burguês e falar que ganhar dinheiro é bom. Jogar na cara de quem não tem. Ser muito arrogante, sentir superioridade. Baixem a cabeça e trabalhem, porque eu mando. O Senhor Patrão: Deus que alimenta a sua família. O filho da puta. Isso é futuro?

Sabe quem manda no mundo? O Dinheiro.
Sim, porque pessoas nascem, pessoas morrem, o dinheiro fica pra fazer todo mundo gostar dele e lutar por ele. Tudo gira em torno dele. Somos os escravos dele e formulamos maneiras para nos apropriar dele, enquanto ele se apropria de todos nós, os pobres usuários idiotas humanos que o inventaram. Nós somos culpa. Nós somos desunidos no jogo da vida que os antigos humanos inventaram. O jogo tem que continuar, e a sua vida está indo por caminhos antes navegados, seu futuro é a morte. Você está no esquema, mesmo tentando ganhar mais dinheiro, mesmo tendo consciência ou não.

Que adianta nascer, crescer, ser alguma coisa e morrer? Que adianta passar o material genético pra frente?

Cu.

Sabe, ainda acabo me suicidando desse jeito, não encontro razão para viver. E se alguém disser que é Jesus, pode esquecer, argumentos religiosos não fazem mais efeito. Se disser que é mulher, até concordo, mas mulheres só me serviram para umas boas fodas. O que me deixa triste é saber que tem gente que gosta de mim mais do que eu gosto de mim mesmo. Eu sou a própria falta de auto estima, apesar de ataques egoístas. Não quero o que tenho, quero mais, nunca estou feliz. Nada satisfaz.

Eu não deixei ninguém me amar? Eu não sei amar? Tenho que viver para alcançar o orgulho? O homem vale o dinheiro que ele consegue na vida?
Vou me matar?

Morte = fim de tudo?

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