sábado, 10 de janeiro de 2004

Um dia voltei à igreja e participei de um culto. Estava já aos vinte e um anos. Não voltava aquele lugar desde minha confirmação aos treze. Fui por causa da insistência da minha mãe, que achava que a ausência de Deus na minha vida era a causa da minha depressão.

Ela era amiga duma prima minha. Depois do culto pegamos o mesmo ônibus. Ela tinha dormido na casa da prima, depois de uma festa. Eu indo pra casa dos avós após o culto. Conversamos e tal. Era páscoa.

Estávamos na casa dos meus avós: parentes, irmãos, tios, primos, ela e eu. Eu estava sem cigarros. Ela me oferecia. Nós fumávamos.

Papo vai e vem, ela me dando bola. Marcamos de sair. Saimos umas duas vezes. Até que, num fim de semana fui na casa dela. Trepamos.

Era uma mina palha. Dizia que tinha andado com Punks curtia rock, mas não sabia nome de banda nenhuma. Queria dar pra mim quando estivéssemos bêbados, chapados, com a cabeça cheia de maconha. Isso nunca aconteceu.

O que me deixava constrangido era quando íamos na casa de uma amiga dela e na frente da mãe dessa amiga, ela ficava sentando no meu colo, me abraçando. Não digo que era ruim, mas acho que ficava meio chato. A amiga dela ficava me secando com olhar de mulher que queria dar pra mim. Foda!

Pois é, não sei o que acontece com algumas mulheres que nunca dão nada pelo cara, mas quando o cara tá andando de mãos dadas com outra mulher, elas ficam encarando.

O que importa que não dava nada, a mãe da amiga não tava nem aí. Ela conversava com a gente numa boa. Tomávamos chimarrão em sábado à tarde.

A moça sabia que eu não gostava dela e mesmo assim dava pra mim. Um dia, após três meses, enchi o saco. Somente por sexo nenhum relacionamento dura. Não tínhamos nada em comum.

Tem coisas que por mais que se pense que se queira, na verdade não quer. Chega a hora em que as cabeças assimilam cada uma a sua realidade e que a adaptação de cada um é diferente entre o sonho e a realidade. Ninguém é capaz de mudar, se não por vontade própria. Nunca tenha a esperança de mudar alguém.

O melhor sexo que experimentei na vida ter durado pouco e foi com quem eu não amava. Não posso dizer que amei.

A mãe da amiga disse para a garota, que pelo que ela tinha percebido sobre mim, e sobre ela, era que aquele "namoro" (pra mim não foi namoro) ia dar errado e deu.

Penso que o estado da ilusão de que estamos amando e sendo amado possa ser o melhor que acontece, mas infelizmente ele acaba, cedo ou tarde. Esse tipo de felicidade não dura. O resto são lembranças.

Como eu gostaria de jogar no lixo lembranças do que fiz por causa de mulheres. São os únicos seres que conseguem me descontrolar.

No mais, mais nada pro momento.

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