quarta-feira, 14 de janeiro de 2004

Não acha que os homens são perversos ao falar sobre as mulheres na ausência delas? Não se engane, meu amigo, já vi do que elas são capazes de falar sobre homens.
Tem uma certa diferença ao tocar nesse tipo de assunto: os homens só falam perversidades sem a presença das mulheres, estas não; falam perversidades sobre homens, mesmo quando um deles está por perto.
Num lugar que eu trampava, era o único do meu setor que conversava com pessoas de outros setores da empresa.
No meu setor, a diversão deles era, no fim de semana, cada um pegar o seu micro e ir pra casa de alguém passar os dias de descanso jogando (joguinhos de computador) em rede.
Um dos caras teve a primeira transa aos vinte e um anos com uma prostituta. Dizem "as boas línguas" que o rapaz nunca tinha visto mulher na vida, digamos, nunca tinha, ao menos, ficado com uma guria. Então, se reuniram numa cervejada, foram pra zona, largaram o cara com uma puta, e daí fudeu.
Buenas, na hora do almoço, após a sagrada reifeição, sentávamos nos bancos do pátio da firma.
O grupo era mais ou menos assim: a mulherada, de vez em quando umas bibas, eu. Não tenho preconceito, mas quando a mulherada não tava, eu não ficava conversando só com os viados, porque além de pegar mal, viado não conversa nada que preste.
Nunca era de falar muito, e ficava quieto quando a mulherada começava com aqueles papos sobre roupas, sapatos, cabelos... (Afinal de contas, que é que esse assunto tem a ver comigo? O que me interessa isso?). Quando a conversa era festa, bebedeira, comportamento, cinema, livros, vida, filosofia, saúde, doença, família, amigos, profissão, chefes, empregos e outras coisas, minha participação era maior.
Algumas vezes ouvi a mulherada falando em "devorar homens". Elas gostavam duma festa "Mulher brasileira", onde a mulherava entrava e ficava até meia noite bebendo sem pagar, depois, os homens entravam e elas só queria saber "de se amar". Não era só isso, falavam do porte físico dos caras, "os gatinhos". Até quando um limpador de bueiro foi desentupir uns ralos do pátio, elas ficaram se fresquiando. É nojento falar disso, por isso vou a parte que interessa contar.
A que tinha orgulho do seu macho (o cara fazia motocross, empinava a moto com ela na garupa e o diabo a quatro) pré-supôs que eu queria ficar com uma delas e que essa não iria ficar comigo porque eu não me puxava pra ser "fodão".
Durante o trabalho, uma delas veio falar comigo:
- Vai demorar muito pra ti consertar o meu micro?
- Não, é só passar o anti-vírus, remover esse programa, reinstalar isso aqui... blá, blá, blá e pronto!
- Tu é estágiário aqui?
- Não, sou técnico contratado.
- Tem namorada.
- Não.
- Tem carro?
- Não.
- Moto?
- Não.
- Por isso que tu não tem namorada: sem carro, sem moto...
- É, preferi gastar minha grana com estudos, por isso não tenho condução própria.
- Que curso tu faz?
- Engenharia Eletrônica.
- É, mas sem carro e moto é difícil conseguir uma namorada.
- Eu sei. Infelizmente essa mulherada é fútil. O que importa pra elas é se o cara tem grana, carro, motos, status ou qualquer coisa desse tipo. - e emendei- Se uma mulher quiser ficar comigo, vai ter que gostar de mim como eu sou, porque não estou preocupado com essas coisas.
- É, nada a ver esse negócio que eu te falei, eu tava brincando. É claro que tu vai ter uma namorada...
Era um local onde haviam mulheres oferecidas até. Uma tinha um namorado, o qual, já havia trabalhado comigo numa outra empresa (ele não era meu amigo), mas ela não sabia disso, e mesmo com a foto do corno na mesa dela, a descarada ficava se jogando pra mim. Era bem aproveitável até, mas não rolava porque eu não tenho vocação pra "ricardão" e é um tipo de situação que não quero pra minha vida.
É, tá achando que elas são queridinhas, cuidado. Há por aí umas que são foda!
Apesar dos tempos serem outros, com mulherada caçando, se insinuando, e se reunindo pra cativar a perversidade, tem gente que ainda acusa os homens, como se só nós fôssemos "os sem vergonha". É claro que não é bem assim. Além de tudo, existem aquelas garotas por quem vale a pena se apaixonar. (Por que será que eu não encontrei nenhuma?)

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