terça-feira, 19 de março de 2002

FEEDBACK – realimentação

Faço coisas e depois tento explicar as coisas que fiz, isso é algo da consciência. Ás vezes sou torturado por isso. Sinto vergonha de coisas que não eram tão importantes e pelas quais não deveria sentir isso. Os planos do pensamento nem sempre estão coerentes com o plano da realidade. Não consigo me livrar das coisas que fiz, e por isso conto a pessoas algumas façanhas da minha vida. Tenho um amigo que vive me criticando, porque tem algumas histórias que já ouviu 1milhão de vezes, ele diz que eu tenho orgulho de ter vivido aquilo, ou melhor, de falar para os outros. A questão é que fiz coisas muito diferentes da rotina da vida da maioria das pessoas, acho que é uma maneira de impressionar as pessoas com as loucuras que fui capaz de fazer. O alimento do ego. A voz do superego falando para vocês.
É estranho, mas tenho pensamento fraco, me sinto um ser fraco, e me acho tão burro e ignorante. Ao fazer essa auto análise, me sinto um ser previsível, limitado. O culto ao olho do cu. Acho que me preocupo demais comigo mesmo, mas acho que outras pessoas sofrem disso também. Sou egoísta sim, eu reconheço, mas não sei ser diferente, e tão pouco posso falar dos outros, a não ser com eles mesmos, não penso com a cabeça deles, não vivo a vida deles, mas ás vezes eles são previsíveis. Sabe o que é? Não me considero um cara mau, mas falo muita coisa sem importância. Não sou importante para ninguém, sou inútil.
Substituível. Minha auto depreciação é impressionante. Tenho que reconhecer a minha importância. É tão fácil detonar comigo mesmo. Que papo sem graça. A linha de pensamento fugiu, meu circuito ante-auto-depressão está ligado. Não fico feliz com isso, mas pelo menos não dá vontade de cortar os pulsos.

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