segunda-feira, 12 de julho de 2004

Conversa com putos



Curtindo uns showzinhos em Porto Alegre, o cara está só em uma mesa. Um gay se aproxima e pede um fogo. Estende o isqueiro.

- Posso sentar?

- Senta!

O gay senta-se à mesa, mas o cara não sabe ainda que o rapaz que acaba de se acomodar é puto.

- O fulano pode sentar também?

- Sim! - e o outro gay senta.

- Que sapato bonito! Onde tu comprou?

- Em Novo Hamburgo, sou de lá.

- Legal, mas porque tu tá aqui sozinho?

- Tô pensando numa mina por quem estou apaixonado. Só que é um amor não correspondido.

- Como ela é?

- É assim... blá, blá, blá...

- Hum... blá, blá, blá...

- Mas e o fulano?

- O fulano é formado em música, e nós trabalhamos em blá, blá, blá...

- A tá, legal!

- Blá, blá, blá...

- Blá, blá, blá pra ti também.

- Mas essa mulher que tu falou, ela não gosta de ti...

Voz do pensamento:

"Esse cara e o fulano são dois putos! Agora só falta o cara dizer que eles são a solução pra mim."

- É pode ser, posso estar aqui falando, sofrendo à toa. Só que eu não quero mais falar sobre isso e prefiro ficar aqui sozinho fumando e bebendo o meu trago.

O puto fica bravo, talvez porque estivesse tentando "cantar" ou "converter" o cara errado. Possivelmente acabava de dar-se conta que não iria rolar sexo à três, mesmo assim:

- Bom, fica aí então, mas tira essa mulher da cabeça, porque ela não presta!

- Tá falou. Valeu a dica! - e cumprimentou os dois viados que se retiravam.

Voz do pensamento:

"Só o que me falta, além de estar sem mulher, ficar levando cantada de viado!"



Comentário: Que literatura mais porca!

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