quarta-feira, 12 de maio de 2004

O que me faz escrever aqui?

O que é que eu estou fazendo aqui?

Hoje foi um dia, em que fui a trabalho, para São Leopoldo, no bairro Campestre. Não gostei muito de voltar de lá, pelas 18horas. Peguei um puta trânsito. Por que tanta gente volta de lá, ou vai pra lá. Aí comecei a refletir sobre meu trabalho e por que eu gosto de morar e trabalhar em Novo Hamburgo. Seria essa cidade bonita? Vivo aqui há vinte e cinco anos, e não gosto muito de sair daqui. Será que é por que minha casa fica aqui? Os amigos que moram aqui.

Senti uma dor de novo ao refletir sobre isso e lembrei de uma amiga que mora longe, na Áustria. Ela trabalha como empregada doméstica, e está estudando para fazer psicologia por lá. O idioma alemão é tão íntimo pra ela, que ela escreve melhor que muitos que nasceram naqueles lados de lá. Fala fluentemente. Morou um ano na Alemanha, e há dois na Áustria. Ela até tem sotaque e se atrapalha com umas palavras do português. O legal disso tudo, foi vê-la, durante as poucas duas semanas que ela passou aqui, na casa dela(dos pais) que fica bem perto da minha casa. Ela mostrou fotos de suas viagens por lá, passou pela Itália, França, Inglaterra, sei lá... Legal. Pensei eu: "se eu fosse prum lugar desse". Lembrei o que ela disse: "os primeiros três meses são foda!" e "depois tu se acostuma".

O que eu quero? Pensei nas opções e quanto tempo e dinheiro eu tenho que pagar por isso. E o que vale a pena, no final das contas? Por que tantas perguntas? Por que eu não faço outra coisa ao invés de ficar aqui me indagando?

Pensei em quem eu gosto. Pensei por que algumas pessoas se querem? Por que pessoas querem pessoas que não querem essas pessoas? Por que eu quero alguém que não me quer? E o que eu tenho para dar para uma pessoa me querer?

Como eu queria ficar de bem comigo mesmo e lidar tranquilamente com tudo. Porém, sempre me acho em situação privilegiada em relação a muita gente, e mesmo assim, isso não é o que me faz feliz. Vejamos, por outro lado, eu sou feliz também... Mas e daí, é isso que eu quero? Por isso não tenho ninguém? Na verdade eu não quero nada de ninguém e não quero dar nada pra ninguém? Não quero nada pra mim? É só ficar por aqui mesmo e me contentar com o "está ruim, mas tá bom"?

Há uma redundância aí? Um paradoxo?

De qualquer forma, admiro as pessoas que conseguem fazer suas coisas e não pensam muito sobre isso. Simplesmente fazem e acabou. O que eu sofro, eles não sofrem, mas eles têm outras coisas pra sofrer. Seria eu um fraco que não consegue carregar o seu fardo? E por isso, fica procurando um fardo novo pra carregar, por pensar que um novo fardo será mais leve para carregar, e será mais fácil viver, e se terá maior retorno com isso, mais felicidade? É isso, me sentirei mais feliz? Mais realizado?

A filosofia seria(?): "seja o mais feliz possível antes de sua morte!"

O que eu tenho que fazer?

Eu entendo?
Eu não entendo?
Eu entendo?
Eu não entendo?
Eu entendo?
Eu não entendo?
Eu entendo?
Eu não entendo?
Eu entendo?
Eu não entendo?
Eu entendo?
Eu não entendo?

Quem eu sou?

Mudar? Muda-se como? Já mudei tanto. Houve progresso? Sim, em alguma coisa, aprendi, mas não o suficiente. A vida ensina a cada dia. Estarei apenas preenchendo pouco o meu tempo? Não estou aprendendo com a mesma intensidade que aprendia quando era mais jovem?

Estarei confuso?

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