terça-feira, 16 de julho de 2002

Pesadelo

Sonhei com um tipo de demônio que me atormentava. Era um ser vermelho, tipo um diabinho. Ele se multiplicava, existiam vários deles, me atormentavam com suas vozes diabólicas. Os grunhidos de animais morrendo, carne e sangue por todos os lados. Eu agonizava, a dor infinita, o medo. Queria me livrar morrendo de uma vez, mas não conseguia. Daí pedi ajuda a Deus, e simplesmente acordei. Apesar de não querer acreditar em Deus, quando a coisa aperta é a essa figura invisível a quem recorro. Isso deve ser porque desde pequeno fui educado para acreditar nisso. Conforme dizem alguns psicólogos, muita coisa que vivemos até os sete anos de idade nos acompanharão para o resto de nossas vidas. Não há como fugir completamente do que nos foi ensinado como verdade. Conforme crescemos começamos a questionar várias coisas: coelhinho da páscoa, papai Noel, mula sem cabeça... Deus, provavelmente fantasia. Criamos ídolos, talvez um cara que tenha algum talento especial seja o seu. Isso deve ser por causa da incompetência do ser humano acreditar na verdade, uma delas é de que depois da morte estamos fudidos, não existimos mais. Outra é que aquilo que não podemos explicar não podemos explicar e pronto. O negócio é estudar para saber um pouco mais e deixar para as próximas gerações, eles que se virem.


Perigo

Conhecimento é uma coisa perigosa, porque quanto mais você sabe, mais poder você tem, mais dinheiro pode conseguir. A maior parte das pessoas, num país como esse, tem pouco estudo. Logo, a maioria é pobre. Detalhe, para quem tem menos, o acesso ao conhecimento deve ser difícil, porque quem tem mais não quer repartir o bolo. Daí as universidades públicas são mais concorridas, e o pobre que fez aquele segundo grau num precário colégio estadual vai concorrer com aquele que estudou no particular, que tinha todas as condições. Se o pobre passar, tomara que ele more perto da universidade e que seus pais possam ajudá-lo a se sustentar, senão tá fudido. Quem não passa na Federal, pode fazer como eu, 23 anos nas costas, trabalhando de dia para pagar a universidade particular de noite. Faltam só mais 9 semestres!

Nenhum comentário:

Postar um comentário